Estudar no estrangeiro com o programa Erasmus+
Quer estudar no estrangeiro? Descubra como funciona o programa Erasmus, como candidatar-se, e dicas financeiras para uma experiência académica fora do país.
Estudar no estrangeiro é o sonho de muitos. Sabia que ter acesso ao ensino superior numa universidade estrangeira pode ser menos complicado do que imagina.
Conheça o programa Erasmus, uma das iniciativas europeias mais famosas e bem-sucedidas no âmbito da educação. Criado pela União Europeia, este programa visa promover a mobilidade académica entre estudantes, professores e instituições de ensino superior, permitindo estudar no estrangeiro e viver uma experiência internacional enriquecedora pelas cidades da Europa, tanto a nível académico como pessoal.
O que é o programa Erasmus+ ?
O programa Erasmus (hoje em dia denominado como Erasmus+Você será redirecionado para outro site e ele abrirá em uma nova janela) tem como objetivo promover o intercâmbio cultural, linguístico e académico entre os países da União Europeia e outros parceiros internacionais, permitindo estudar e experienciar a vida académica nas melhores universidades da Europa.
Através deste programa, os estudantes têm a oportunidade de frequentar parte do seu curso noutro país europeu, com total reconhecimento académico das disciplinas realizadas, reforçando competências linguísticas e interculturais.
Além de estudantes, o programa também apoia a mobilidade de professores, investigadores e pessoal administrativo do ensino superior, incentivando a partilha de boas práticas e o desenvolvimento de um espaço europeu de educação e conhecimento.
Quem pode candidatar-se ao programa Erasmus
Podem candidatar-se ao Programa Erasmus+ todos os estudantes matriculados em instituições de ensino superior que possuam a Carta Erasmus para o Ensino Superior (ECHE)Você será redirecionado para outro site e ele abrirá em uma nova janela , requisito necessário para que a universidade ou instituto politécnico possa participar no programa.
As candidaturas Erasmus+ destina-se a:
● Estudantes do ensino superior (licenciatura, mestrado ou doutoramento) que queiram estudar ou estagiar noutro país europeu.
● Recém-licenciados, apenas para estágios iniciados até 12 meses após terminarem o curso.
● Docentes, formadores e pessoal não-docente que pretendam realizar períodos de ensino ou formação em instituições parceiras.
Para ser elegível, o candidato deve:
● Estar inscrito numa instituição de ensino superior participante;
● Cumprir os critérios de seleção da sua instituição (créditos concluídos, desempenho académico, motivação, entre outros);
● Satisfazer os requisitos linguísticos da instituição de destino, quando aplicável.
O programa é inclusivo e prevê medidas de apoio adicionais, que podem existir para estudantes com menos recursos económicos ou com necessidades especiaisVocê será redirecionado para outro site e ele abrirá em uma nova janela. Estes apoios complementares dependem das regras da Agência Nacional Erasmus+ e da instituição de ensino.
Como me posso candidatar a Erasmus
Participar no programa Erasmus+ é mais simples do que pensa, mas é importante conhecer bem os passos do processo e cumprir os prazos definidos pela instituição de ensino em que está matriculado.
Passos para se candidatar a uma bolsa de estudos no estrangeiro
Para se candidatar a uma bolsa de estudo no estrangeiro através do programa Erasmus, deve seguir estes passos:
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Contacte o Gabinete de Relações Internacionais da sua universidade ou instituto que frequenta. É esta entidade que gere as candidaturas Erasmus e o ajudará a conhecer as opções disponíveis.
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Escolha o destino e a universidade parceira, tendo em conta as vagas, as equivalências das disciplinas e a língua de ensino. As universidades disponíveis no âmbito do programa Erasmus variam consoante os acordos de parceria que a sua instituição de ensino tem com outras universidades estrangeiras.
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Preencha o formulário de protocolo da universidade dentro dos prazos definidos e anexe os documentos necessários (currículo, histórico académico, carta de motivação, comprovativo de proficiência linguística, entre outros).
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Após aprovação, será elaborado um Learning Agreement, que formaliza as unidades curriculares que vai frequentar e garante a equivalência dos créditos no seu curso de origem.
Importa realçar que cada universidade define os seus próprios prazos de candidatura e critérios de seleção, pois é a instituição de ensino que é responsável pela intermediação da candidatura do estudante ao programa Erasmus, mas a motivação e o desempenho académico costumam ter peso importante no processo.
Caso esteja a pensar em estudar no estrangeiro a nível de mestrado, pode candidatar-se ao programa Erasmus MundusVocê será redirecionado para outro site e ele abrirá em uma nova janela. Neste programa irá frequentar um mestrado internacional que envolve várias universidades dentro e fora da Europa, pode consultar o guia de opções de mobilidade diretamente no site oficial da União Europeia, onde estão listados todos os programas disponíveis e respetivos critérios de elegibilidade.
Países onde é possível fazer Erasmus
O Erasmus+ abrange atualmente mais de 30 países europeus, incluindo todos os Estados-Membros da União Europeia, bem como outros países associados, por exemplo a Islândia, Noruega, Turquia, Macedónia do Norte e Liechtenstein.
Além disso, através da vertente Erasmus Mundus, é também possível estudar no estrangeiro em países fora da Europa, e em universidades parceiras de países como o Canadá, Japão, Austrália ou Brasil, dependendo do curso e dos acordos existentes.
De forma geral, as melhores universidades da Europa são aderentes do programa Erasmus+ , e oferecem a oportunidade de enriquecer o seu percurso académico e pessoal num ambiente multicultural.
Qual o tempo de duração dos Erasmus?
A duração dos Erasmus depende do nível de ensino e do tipo de mobilidade escolhida.
● Ensino superior: o período de mobilidade pode ir de 3 a 12 meses por cada ciclo de estudos (licenciatura, mestrado ou doutoramento). Na prática, isto significa que pode participar num semestre (aproximadamente 5 a 6 meses) ou num ano letivo completo. A escolha do tempo depende das vagas disponíveis e dos acordos entre as universidades.
● Estágios Erasmus+: os estágios para estudar no estrageiroVocê será redirecionado para outro site e ele abrirá em uma nova janela destinam-se a estudantes e recém-graduados, com uma duração mínima de 2 meses e máxima de 12 meses. Estes estágios podem ser realizados em empresas, centros de investigação ou outras organizações estrangeiras.
● Mobilidade combinada: alguns programas permitem combinar um período de estudos com um estágio, o que enriquece a experiência académica e profissional e facilita a integração no mercado de trabalho internacional.
Independentemente da duração, cada participante pode beneficiar de até 12 meses de mobilidade Erasmus por ciclo de estudos, seja dividindo entre semestres, estágios ou diferentes destinos.
Quem tem direito ao programa Erasmus?
Como já mencionado o programa Erasmus+ destina-se principalmente a estudantes matriculados em instituições de ensino superior que tenham acordos de cooperação com universidades estrangeiras. No entanto, recém-licenciados, e staff académico e administrativo (docentes e investigadores) também podem participar no programa Erasmus.
No caso dos estudantes universitários, existem critérios específicos que determinam quem pode candidatar-se:
● Estudantes do ensino superior: devem estar matriculados numa instituição que possua a Carta Erasmus para o Ensino Superior (ECHE), requisito essencial para que a universidade possa participar no programa.
● Ano de frequência: é obrigatório ter concluído, pelo menos, o primeiro ano do curso, uma vez que o programa privilegia estudantes com alguma maturidade académica e experiência universitária.
● Tipos de mobilidade: o Erasmus+ permite tanto mobilidade para estudos (frequência de disciplinas numa universidade estrangeira) como mobilidade para estágios profissionais, em empresas ou organizações parceiras fora de Portugal.
● Cidadania: podem candidatar-se cidadãos de países da União Europeia, do Espaço Económico Europeu, de países candidatos à adesão, bem como estudantes de outros países com os quais existam acordos formais no âmbito do programa Erasmus.
● Requisitos linguísticos: é necessário demonstrar nível mínimo de proficiência na língua de ensino do país de destino, geralmente o nível B1 ou B2 do Quadro Europeu Comum de Referência para as LínguasVocê será redirecionado para outro site e ele abrirá em uma nova janela. Algumas universidades aceitam certificados linguísticos (como TOEFL, IELTS ou DELF) ou testes internos.
● Desempenho académico: as instituições de origem podem estabelecer critérios de seleção adicionais, como média mínima, carta de motivação e compatibilidade curricular com o curso de destino.
Além disso, os recém-licenciados também podem beneficiar do programa, desde que o estágio Erasmus seja realizado até 12 meses após a conclusão do curso.
É possível fazer Erasmus no ensino secundário
Sim. O programa Erasmus também contempla projetos de mobilidade para alunos do ensino secundário, permitindo experiências de curta duração em escolas europeias. Estas iniciativas visam fomentar o espírito europeu e incentivar os jovens a estudar fora de Portugal no futuro para terem experiência internacional.
Os professores também podem participar em Erasmus
Se é professor ou pertence ao pessoal administrativo de uma instituição saiba que também pode beneficiar de Erasmus para realizar períodos de formação, estágios ou ensino noutras cidades da Europa. Esta mobilidade contribui para o desenvolvimento profissional e para a melhoria das práticas pedagógicas no ensino superior e secundário.
Quanto custa ir de Erasmus?
Os custos de estudar no estrangeiro variam bastante consoante o país e a cidade escolhidos. Apesar de o programa Erasmus+ dispensar o pagamento de propinas e taxas de matrícula na universidade de destino, há várias despesas que o estudante deve considerar ao planear o orçamento.
As principais categorias de custos incluem:
● Alojamento e alimentação: representam, em média, entre 50% e 70% do orçamento mensal. O preço do arrendamento pode variar significativamente — um quarto em Paris, Amesterdão ou Copenhaga pode custar mais do que o dobro do valor praticado em cidades como Praga, Budapeste ou Lisboa.
● Transporte: é necessário contabilizar o custo da viagem inicial até ao país de destino e também as deslocações locais (passes de metro, autocarro ou comboio). Em muitas cidades da Europa, os estudantes têm direito a passes de transporte com desconto, o que ajuda a reduzir as despesas mensais.
● Material académico e seguros: incluem livros, licenças de software, material de estudo, seguro de saúde e seguro de responsabilidade civil (obrigatório em algumas universidades).
O custo de vida médio num país europeu pode variar entre 600 e 1.500 euros por mês, dependendo do destino. Por exemplo:
● Nos países nórdicos e cidades como Copenhaga, Oslo, Estocolmo ou Paris, o custo de vida é muito elevado;
● Já em destinos da Europa Central e de Leste, como Varsóvia, Budapeste, Praga ou Vilnius, as despesas são geralmente mais acessíveis, com rendas e alimentação mais baratas.
Por isso, antes de escolher o destino para estudar fora de Portugal, deve comparar o custo de vida entre diferentes cidades da europa e planear o orçamento com antecedência. Muitos estudantes recorrem a bolsas de estudo Erasmus e a apoios complementares das próprias universidades ou do Estado português para equilibrar as finanças durante a estadia.
Bolsas de estudo para Erasmus
As bolsas Erasmus são cofinanciadas pela União Europeia e geridas em Portugal pela Agência Nacional Erasmus+ Educação e Formação. A atribuição e o pagamento destas bolsas são efetuados pelas instituições de ensino superior a qual frequenta, de acordo com as orientações nacionais e o orçamento disponível.
O valor da bolsa varia consoante o país de destino, a duração da estadia e o tipo de mobilidade (estudo ou estágio). Em média, as bolsas variam entre 200€ e 600€ por mês dependendo da universidade de origem, podendo ser complementadas ainda por apoios nacionais ou institucionais, como bolsas sociais, de mérito ou programas de apoio à mobilidade internacional.
Quando se recebe a bola Erasmus?
A atribuição da bolsa Erasmus pode variar ligeiramente consoante o regulamento de cada universidade, mas geralmente é paga em duas ou três tranches, dependendo das regras da instituição de ensino superior de origem.
● Primeiro pagamento (70 % a 80 %), efetuado antes da partida, após a assinatura do contrato de bolsa e a entrega dos documentos exigidos (como o Learning Agreement e o comprovativo de viagem).
● Segundo pagamento (restante valor) é realizado no final da mobilidade, após o regresso e a entrega dos relatórios finais, declaração de presença e formulários de avaliação exigidos pela Comissão Europeia.
● Em alguns casos, pode existir uma terceira tranche residual para acertos de valores ou prolongamentos do período de mobilidade.
É importante recordar que a bolsa não cobre todas as despesas associadas a viver e estudar no estrangeiro, trata-se de um apoio complementar ao orçamento pessoal do estudante, destinado a ajudar a compensar as diferenças de custo de vida entre países.
O que é necessário para estudar no estrangeiro
Para estudar no estrangeiro e viver noutra cidade europeia é fundamental reunir alguns documentos e cumprir certos requisitos:
● Cartão de cidadão e passaporte válidos;
● Cartão Europeu de Seguro de Doença (ou seguro de saúde internacional);
● Cartão de estudante e comprovativo de matrícula;
● Conta bancária europeia para receber a bolsa;
● Contrato de arrendamento ou comprovativo de alojamento.
Algumas universidades podem exigir comprovativos linguísticos (como o English Test ou certificados equivalentes).
8 conselhos financeiros para estudar no estrangeiro
Fazer Erasmus é uma experiência transformadora, mas também um desafio financeiro. Seguem-se 8 conselhos para gerir melhor o orçamento e aproveitar ao máximo a oportunidade de estudar no estrangeiro.
Planeie o seu orçamento com antecedência
Antes de partir elabore um orçamento mensal detalhado, onde separe as despesas fixas (alojamento, alimentação, transportes e seguros) das despesas variáveis (lazer, viagens ou material académico). Este planeamento ajudará a perceber quanto pode gastar e onde é possível poupar.
Se planear antecipadamente o seu orçamento pode evitar imprevistos financeiros e consegue gerir melhor o dinheiro da bolsa Erasmus. Utilize também aplicações de controlo de despesas, como a App Mobile do ABANCA , para acompanhar os seus gastos em tempo real e manter o equilíbrio ao longo da estadia.
Compare o custo de vida entre cidades
As cidades da Europa apresentam grandes diferenças no custo de vida. Praga, Varsóvia ou Budapeste tendem a ser mais económicas do que Paris, Amesterdão ou Copenhaga, onde alojamento e alimentação são mais caros. Antes de escolher o destino para estudar no estrangeiro, compare preços médios de renda, transporte e despesas diárias.
Plataformas como o Numbeo ou o Expatistan ajudam a estimar o custo de vida em cada país e a escolher uma cidade que se ajuste melhor às suas possibilidades financeiras.
Procure alojamento acessível e partilhe despesas com colegas de casa
Optar por dividir casa com outros estudantes é uma das formas mais eficazes de reduzir os custos mensais de alojamento e despesas domésticas. Além de poupar em renda, água, luz e internet, esta opção facilita a integração social e cultural, permitindo partilhar experiências e adaptar-se mais facilmente à vida num novo país.
Use cartões bancários sem taxas internacionais
Ao ter despesas num país estrangeiro, as comissões bancárias podem acumular-se rapidamente em levantamentos ou pagamentos internacionais. Para evitar esses custos, opte por cartões bancários sem taxas de conversão oucontas multimoeda que permitam gerir saldos em euros e outras divisas.
Muitos bancos, incluindo bancos digitais, disponibilizam cartões com pagamentos internacionais gratuitos ou comissões reduzidas, algo bastante útil, principalmente se estiver em países fora da zona euro. Assim pode poupar em cada transação e controlar melhor as despesas durante o período Erasmus.
Aproveite descontos para estudantes
Em quase todas as cidades da Europa, os estudantes beneficiam de descontos significativos em transportes públicos, museus, cinemas, teatros, ginásios e até cafetarias. Para usufruir destas vantagens, basta apresentar o Cartão de Estudante Internacional (ISIC) ou o cartão de estudante europeu, em alguns casos o número de aluno da universidade pode bastar.
Estes descontos podem representar poupanças ao longo do semestre, ajudando a gerir melhor o orçamento enquanto estuda no estrangeiro.
Faça um Cartão Europeu de Seguro de Doença
Antes de partir para estudar no estrangeiro, solicite o Cartão Europeu de Seguro de Doença (CESD)Você será redirecionado para outro site e ele abrirá em uma nova janela. Este cartão permite acesso aos cuidados de saúde públicos no país de destino, nas mesmas condições que os residentes locais. O CESD é gratuito, tem validade limitada e pode ser pedido online através da Segurança Social DiretaVocê será redirecionado para outro site e ele abrirá em uma nova janela ou presencialmente num balcão da Segurança Social ou num Espaço Cidadão.
Solicitar o cartão é simples: basta aceder à Segurança Social Direta com os seus dados de acesso e pedir o CESD na área de prestações, ou deslocar-se a um balcão com o Cartão de Cidadão.Ter este cartão evita gastos inesperados com consultas, urgências ou tratamentos básicos durante a experiência Erasmus e assegura maior tranquilidade ao longo da estadia.
Utilize transportes públicos e passes de estudante
Os passes mensais de transporte para estudantes são uma das formas mais económicas de se deslocar dentro de cidades europeias. Em alguns destinos, como Berlim, Viena ou Bruxelas, estes passes podem incluir autocarro, metro, elétrico e comboio suburbano, válidos em toda a área metropolitana da cidade.
Além disso, muitas cidades da Europa oferecem descontos especiais ou até passes totalmente gratuitos para estudantes universitários até uma certa idade.
Crie uma poupança antes da partida
Antes de embarcar na experiência de estudar fora de Portugal, é importante ter uma poupança que sirva de fundo de segurança. Procure reservar todos os meses uma parte do seu rendimento, seja de um trabalho ou de uma mesada, até acumular um valor que cubra, pelo menos, um a dois meses de despesas no estrangeiro.
Esta reserva será imprescindível para lidar com imprevistos, custos da viagem, cauções de alojamento ou despesas médicas não previstas. Assim, parte para o estrangeiro com maior tranquilidade e segurança, evitando comprometer o orçamento durante a sua estadia.
Agora sabe que fazer Erasmus é muito mais do que uma oportunidade académica, é uma experiência de vida que alarga horizontes e desenvolve competências para o futuro.
Planeie um orçamento com antecedência, informe-se sobre como funcionam as bolsas e regulamentos da sua universidade, e siga estas dicas financeiras para viver a melhor experiência possível ao estudar no estrangeiro.
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